Pois bem...
Fui à dois psiquiatras. Como não conseguia marcar com nenhum, acabei conseguindo uma vaga com uma psiquiatra particular e outro pelo plano que me encaixou. Na primeira consulta, a médica ficou comigo por uma hora, conversou muito, queria saber tudo da minha vida. E recomendou o uso de dois medicamentos, um deles, uma gotinha de Rivotril, o que me assustou. Segundo ela, a medicação é bem fraca devido a gestação e que ficaria monitorando através da ultra. Gostei da médica, mas fiquei preocupada com essa coisa de remédios. Não tomei.
No dia seguinte, fui ao psiquiatra do plano. Ele perguntou como estava minha família, se a gravidez foi desejada e com quanto tempo estou. A decisão dele foi tratar-me em três estágios: Primeiro, tomando a passiflora indicada pelo meu obstetra, segundo, visitar uma psicóloga uma vez por semana, terceiro, afastar-me do trabalho. A medicação seria a última decisão, só em último caso. Achei que ele foi muito coerente. Ele precisa da posição do meu obstetra e da psicóloga, para que os três façam um laudo de afastamento. Além de querer saber a opinião do meu marido quanto a isso tudo.
Os dois médicos queriam saber como recebi a notícia dessa segunda gravidez e eu disse que não foi planejada, mas muito bem vinda. Os dois médicos acham que eu devo me afastar do trabalho. A primeira perguntou se eu queria me afastar e eu disse que não. O segundo disse que eu tenho que me afastar. Ou medicamento ou o afastamento.
Estou numa situação a decidir. Confesso que não gostaria de me afastar do trabalho agora, ainda mais com uma licença pela psiquiatria que é uma mancha no histórico do funcionário para o resto da vida. Porém, entre tomar remédio, podendo prejudicar meu bebê e ficar com um porém para a tentativa de outros concurso públicos, prefiro arriscar minha carreira. Realmente, minha profissão é extremamente estressante. Trabalho com adolescentes e adultos. Adultos, tudo bem, mas adolescentes, sem comentários.
Na gravidez da Ana, o grau de stress no trabalho foi muuuuito pior do que agora. Tive turmas horrorosas, cansei de explodir, bater boca com alunos, ao ponto de alguns se assustarem e pedir que eu ficasse calma para não prejudicar o bebê. Agora, as turmas estão razoáveis, mesmo nas situações mais complicadas, evito explodir, deixo pra lá e respiro fundo.
A minha sensação de ansiedade vem em vários momentos, em casa, no trabalho, na rua, até tomando um lanche no shopping. É como uma dor de barriga, não sei porque vem ou quando vem, só sei como devo previnir.
Confesso que estou muito preocupada com o bebê. Tenho medo de sequelas devido as substâncias que meu organismo libera quando fico na ansiedade. Tenho pedido a Deus que o proteja de todo mal.